Thursday, July 19, 2007

E tu, também foges?



Há pessoas que fogem, ou pelo menos tentam fugir dos problemas, do passado, de algo que as magoa... Mas por quanto tempo serão capazes de o fazer? Quanto tempo será possível esconderem-se delas mesmas, enterrar parte daquilo que são, fechar essas memórias, esses sentimentos, enfim, tudo isso, num canto recôndito da sua mente... Mais cedo ou mais tarde terão que olhar a vida de frente, e quanto mais tarde pior! Eu compreendo que seja difícil, que custe, que doa, mas é necessário passar por isso para recuperar, não só recuperar mas também aprender, melhorar, crescer!
Tanta gente diz “Eu não tenho coragem, não consigo nem nunca vou conseguir...”, nunca, porquê uma palavra tão forte, tão limitada; apenas esta palavra elimina a maioria das opções, melhor dizendo, todas, aparte do falhanço... Dizem não ter coragem, afirmam-no, sentem-no, e mesmo tendo consciência disso não a procuram, não tentam encontrar forças, eliminam essa possibilidade através da palavra de sempre, o “nunca”.
Este “nunca” é sinal de desespero, de algo passivo, imutável, sem nenhuma solução; ora isso não existe, “tudo muda, tudo se transforma”, nada é igual ao que foi à um segundo atrás, nem mesmo nós, como tal, o “nunca” nunca nos pode ajudar, ou melhor, raramente nos ajuda, é como matar a esperança e a possibilidade de salvação, é como matar-nos logo à partida, sem sequer tentar lutar, porque mesmo que seja uma tentativa considerada miserável, é melhor do que nada, é melhor do que desistir à partida, só porque é difícil... Até o próprio “difícil” é relativo, já foi difícil falar com alguém que está longe, agora basta um telefonema, um e-mail, um simples click, será isto difícil?
A nossa força é nossa e de mais ninguém, como tal, devemos ser nós a aprender onde a encontrar e como a utilizar, nós e mais ninguém...